gabriel guerra Archive

quinta-feira

21

janeiro 2016

0

COMMENTS

“Grande Esperança”, novo EP da Tom Gangue

Written by , Posted in Música

Grande Esperança Tom Gangue EP URBe

O quarteto carioca new wave Tom Gangue começa 2016 lançando seu mais novo trabalho, o EP “Grande Esperança”, que conta a produção e teclados de Gabriel Guerra (Séculos Apaixonados/Crusader de Deus). O primeiro EP também passou aqui pelo URBe, ano passado.

De Queimados para o Brasil inteiro.

segunda-feira

14

abril 2014

0

COMMENTS

Transcultura #136: 40% Foda/Maneiríssimo // Frankie Knuckles

Written by , Posted in Imprensa, Música

Transcultura_OGlobo_40FodaManeirissimo_2014_coluna

Versão integral e sem edição do texto da semana passada da “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Nova Porcentagem
Com lançamentos em CD-R e fita cassete, o 40% Foda/Maneiríssimo investe em sonoridades pouco usuais e começa a chamar a atenção até no exterior

por Bruno Natal

Selos de nomes pomposos e afirmativos como 100% Pure e 100% Silk tem se tornado cada vez mais importantes, principalmente no papel de filtrar, chancelar e organizar o enorme fluxo de lançamentos musicais através da rede hoje em dia. Mesmo que isso não seja novidade, hoje é normal ouvintes que seguem selos e não artistas, principalmente quando querem se atualizar sobre estilos ou sonoridades específicas de maneira mais ampla.

Fundado pelos produtores Gabriel Guerra (Dorgas) e Lucas Paiva (Mahmundi, SILVA) há um ano, o Rio entrou na onda das porcentagens com o 40% Foda/Maneiríssimo. O nome não é fruto de um surto de humildade ou de crise de baixa auto-estima.

– Existe um sujeito na cena de rock carioca chamado Leonardo Carvalho, mais conhecido como Cabelo Veludo. Ele vai em todos os shows imagináveis e usa dois adjetivos ao mesmo tempo quando categoriza algo: regular/bom; ruim/merda; ou foda/maneiríssimo. O mundo não é feito de 100%, por isso os 40% – explica Lucas Paiva.

Para Gabriel, criar o próprio selo veio como uma forma de fugir da rotina fazer música para enviar para os outros selos, algo que para ele tira o foco de diversos outros artistas.

– A cultura de selo é muito bonita, mas não muito forte no Brasil, onde a visão é sempre que o artista está acima do selo. Estamos tentando implementar o contrário, não no sentido de rebaixar o artista, mas sim de criar uma estética forte para o selo para os ouvinte e artista nos procurarem – elabora Gabriel.

A história do 40% F/M se mistura com a do Epicentro do Bloquinho, grupo de música eletrônica improvisada que toca em festas no Rio, tido como a banda da casa do selo (“Hegelianos de Direita” saiu quando ainda era um trio, agora um duo formado por Gabriel e Lucas após a saída de Sávio de Queiroz, tocando agora no Ceticências, com Cadu Tenório).

Amigos desde 2011, quando trabalharam no estúdio Visom, as afinidades musicais fizeram da dupla amigos. Além da ajuda de Nuno Valle e Carmen Alves (que com o nome artístico Ilustradora Carmen Alves lançou “Dóqui Martinhos” pelo selo) em tarefas como divulgação e queimar CD-Rs, os dois tocam o selo praticamente sozinhos.

– Usamos o selo para lançar nossas coisas e, de vez em quando, coisas legais de outras pessoas. No início queríamos só gente que usasse equipamento hardware, mas a abolimos isso pois também tocamos e gostamos de softwares. Tende mais para música eletrônica, como house e techno de um gosto um pouquinho mais esquizofrênico e esquisito do que a aura que esses estilos tem. Cada dia que passa o selo serve mais como um centro para eu e Lucas lançarmos musicas que não se encaixam no nosso padrão de canção – conta Gabriel.

Fernando Schlaepfer_I Hate Flash_EpicentroBloquinho_40FodaManeirissimo
foto: Fernando Schlaepfer / I Hate Flash

Com nove lançamentos até aqui, 8 CD-Rs e uma fita cassete, os 40% que importam estão dando o que falar. Principal nome do selo até aqui, o EP do Seixlack repercutiu mundo afora. “Seu Lugar é o Cemitério” ganhou resenhas e comentários na Spin, Washington Post e Little White Earbuds, trazendo notoriedade para o 40% F/M. Entre os que compraram o disco na página do selo estão o crítico americano Philip Sherburne, o músico australiano Andras Fox, gente dos selos Mood Hut e Going Good e o fundador do Pitchfork, Ryan Schreiber.

– Sabíamos que era bom, mas não esperávamos este tipo de repercussão. Muito disso aconteceu porque nós todos resolvemos fazer um esforço a mais para promover o trabalho do Seixlack, especialmente o nosso amigo Nuno Valle que fez a maior parte da divulgação, sabendo encontrar as pessoas certas. O disco é excelente e não teria sido tão bem recebido se ele não fosse, claro – fala Lucas.

Ainda que a maior parte dos lançamentos seja online, eles se esgotam e deixam de ser vendidos. Além disso, também há versões em CD-R.

– Sempre fomos mais físicos do que virtuais, nossos “verdadeiros lançamentos” são os CD-R, existem discos no selo hoje somente disponíveis no formato físico. Esse ano ainda faremos o primeiro vinil, mas por questões de distribuição sai apenas na Europa – diz Gabriel.

Os títulos, tantos dos projetos quanto dos EPs e músicas, costumam ser divertidos: Japa Habilidoso e seu “Habilidades Eu Tenho”; DJ Guerrinha e “O Pedigree Histórico: Quem Liga Para as Misérias do DJ” e Pessoas que eu Conheço e “Uma Carta De Amor Para SEGA” são alguns deles.

– A retórica de estilos como house e techno nos últimos 20 anos pra mim é bem horripilante, parece um bando de gente a procura de algum tipo barato de escapismo, seja o típico estereótipo de alguém com o rabo cheio de ecstasy procurando “conexões espirituais” ou de algum imbecil fazendo carão, girando botões e usando alguma teoria john cageana de quinta categoria para poder se qualificar como “artista”. Queríamos quebrar o gelo dessa pretensão e fazer a coisa menos radical possível. É irônico, mas é um pouco politico também. As postulações divertidas são tão importantes quanto as sérias – pensa Gabriel.

A estética sonora que amarra os lançamentos, se é que há alguma, é resultado das experiências fora do universo da canção.

– Quando nós estamos de saco cheio de escrever canções, vamos lá e fazemos a coisa para o 40% F/M, pois geralmente elas são bem fáceis e divertidas de fazer. Nós estamos apenas manipulando máquinas, tentando fuder os sons e não dando tanta bola assim para estruturas ou progressões harmonicas. Geralmente elas não precisam ser novamente reproduzidas, é pressionar algumas teclas, mexer alguns cabos, girar alguns botões, ver se está bom, gravar e pronto. Óbvio que temos objetivos e coisas que buscamos ao fazer nossas faixas, mas nos damos liberdade para qualquer merda que acontecer se tornar essencial. Pra mim, compor musica é sempre uma questão de limitações e escolhas, e como house, techno e outros estilos da dita “música eletrônica” não envolvem quase nenhuma técnica, eles viram a epítome disso – detalha Gabriel.

De certa forma, essas sonoridades são uma resposta a cultura clubber das últimas décadas. São jovens produzindo sem obrigação de tocar e agradar em boates, uma experiência que, segundo os fundadores do 40% F/M, hoje podem ser desagradáveis, cara e ostensiva, gerando uma ressaca moral-social e motivo pelo qual coletivos como Menatol e Beatwise, de São Paulo, estão indo para as ruas tocar.

– Não estamos em Chicago em 1987, em Nova Iorque em 1991, não são mais negros, travestis, latinos. No Brasil, house e techno são feitos, na maior parte, por pessoas da classe média pra cima, é culturalmente desinteressante para nós, que nos incluímos na categoria “brancos/classe média”. Essas tradições e regras dos gêneros ligados a essa cultura clubber não passaram por nós.Nossas produções soam mal em clubes, pois as gravações são confusas e sujas, dificultam os DJ ao não dar muito espaço para a batida fluir. Lá fora é igual, garotos que também não vieram de uma cultura clubber, compraram sintetizadores e baterias eletrônica e começaram a fazer house e techno respeitando as imperfeições e limitações destes equipamentos – fala Gabriel.

Ao contrário do que possa parecer, não há um público alvo definido para os sons do 40% F/M.

– O público é quem quiser ouvir. É maneiro ver gente que a gente gosta comprando os discos, mas é maneiro também quando qualquer pessoa compra. Por mais específico que o som possa parecer de vez em quando, a gente está aberto a tocar para qualquer um que goste do que a gente está fazendo – define Lucas.

Tchequirau

Na semana que a música eletrônica sofreu a grande perda de Frankie Knuckles, apenas o pai da house music, tire uns minutos e ouça um de seus clássicos, “Your Love” (música que tem versão feita pelo Friendly Fires)

segunda-feira

12

março 2012

0

COMMENTS

terça-feira

17

janeiro 2012

2

COMMENTS